quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Vontade & Luta entrevista PARIS VIOLENCE!





Com uma prolífica discografia, o PARIS VIOLENCE, tem se destacado por injetar um pouco de novidade ao conservador público OI!: baterias eletrõnicas e letras que fogem do lugar comum tem chamado atenção e influênciado muitos fãs de boa música.
Apesar de breve, esta entrevista exclusiva é bastante interessante e reveladora, onde o Flav, responsável pela banda respondeu com bastante atenção e gentileza as perguntas de Pierre. Optamos por manter a entrevista em 3 linguas: 1) a pergunta original em inglês, 2) as respsotas originais em francês e 3) a respectiva tradução feita pela artista visual Lara Miranda, a qual agradecemos imensamente. Também um obrigado a Loo Devil pela força. 
Mesdames et Messieurs, avec vous: Paris Violence
Vontade & Luta1) You believe who the skinhead is a product of modernity, like an crisis into proletarian mentality, following Nietzsche´s thinkin´ about our age? Or an answer of the low classes against the effects of that technological society and economy?
Paris Violence : Contrairement à la plupart des skins, je ne considère pas le mouvement comme un phénomène de classe (par hostilité intellectuelle aux catégories marxistes, je ne raisonne jamais en termes de classes). Donc certes, le mouvement skin est né dans la classe ouvrière anglaise, comme la plupart des mouvements de mode, mais il ne se résume pas à cela. En quarante ans, il a su prendre son indépendance vis-à-vis de ses origines et regrouper ses adeptes selon des affinités esthétiques et musicales (ou malheureusement politiques pour certains), plutôt que sociales. Il est cependant évident que le mouvement skinhead, par son aspect agressif dans l’esthétique comme dans le mode de vie, est un mouvement de révolte. Contre quel ordre ? Je dirais contre ce que l’on appelle la postmodernité : la modernité est le règne du bourgeois, du marchand, de l’industriel ; la postmodernité est un état d’éclatement, de vacuité, de perte de repères par l’introduction du relativisme, qui mène logiquement à un nihilisme généralisé.



Paris Violence (português)>>> Ao contrário da maioria dos skins, eu não considero o movimento como um fenómeno de classe ( Por hostilidade intelectual as categorias marxistas, eu jamais raciocino em termos de classes). O movimento skin nasceu na classe operária inglesa, como a maioria dos "movimentos da moda", mas ele não se resume apenas a isso. Em quarenta anos, ele teve que assumir sua independência “cara à cara”  com suas origens e reagrupar seus adeptos/seguidores de acordo com afinidades estéticas e musicais (ou infelizmente políticas para alguns), ao invés de sociais. No entanto, fica claro que o movimento skinhead, por seu aspecto agressivo na estética assim como no modo de vida, é um movimento de revolta. Contra qual ordem? Eu diria que é contra a o que nos chamamos de pós-modernidade: a modernidade é o domínio da burguesia, do comerciante, do industrial; a pós-modernidade é um estado de colapso, de vazio, de desorientação  pela introdução do relativismo, que, logicamente, leva a um niilismo generalizado.


 
Vontade & Luta 2) Heidegger speak in properties and improperties, when talk about manifestations of the being (Sein - it´s so hard translate his words from deutsch to our languages, french and portuguese, principally the most famous work - Sein und Zeit to our countries). In the skinhead culture, a lot of tendencies split that cult (RAC, SHARP, trads, reds...). So, the Heidegger´s thinkin´ can explain to us that divisions? And, in the improprierty, what´s a common dominion between that "parties" when search, finnally, what belongs to skinheads?
Paris Violence: Je pense que la force et la faiblesse tout à la fois du mouvement skinhead est de ne pas promouvoir une éthique stricte, ce qui permet une grande élasticité mais aussi des dérives et des récupérations. Les punks, avec leur anti-éthique de la provocation, ont paradoxalement su garder une plus grande unité. Concernant les sharp et les trads, je ne vois pas d’incompatibilité majeure avec les skins oi !, c’est plutôt bien évidemment la question des nazis et des communistes qui pose problème. En France, dans les années 1980 (je ne sais pas si c’était le cas ailleurs, mais il me semble que oui, par exemple le look du groupe The Redskins), un redskin ne ressemblait pas à un skin : il avait une coupe de black panthers, portait son bomber côté orange, avait des lacets rouges… les reds ne se revendiquaient d’ailleurs pas skins, mais « chasseurs de skins ». C’est vers la fin des années 1990 qu’ils se sont mis à adopter le même look que nous. C’est dommage, ils n’ont selon moi rien à voir avec le mouvement. Ce qui reste positif, c’est que le mouvement skin est mieux connu aujourd’hui des gens, grâce à des reportages, à internet… La mentalité collective cesse peu à peu de nous associer systématiquement à l’extrême – droite (et on ne peut pas nier qu’au milieu des années 80 beaucoup de skins étaient sinon fascistes, du moins très nationalistes), on commence à comprendre que nous sommes avant tout un mouvement de mode et un style musical, et que la politisation de certains reste un épiphénomène regrettable et non systématique.



Paris Violence (português)>>>>Acho que a força e fraqueza simultaneamente do movimento skinhead é de não promover uma ética estrita, o que permite uma grande elasticidade, mas também desvios e recuperações.  Os punks, com sua anti-ética de provocação,  mantiveram paradoxalmente uma maior unidade.  Em relação aos sharp e aos trads, eu não vejo uma incompatibilidade principal com os skins oi!, é bem evidente que a questão dos nazis e dos comunistas que é problemática. Na França, durante os anos 80 (eu não sei se foi o caso em outros lugares, mas me parece que sim, por exemplo o visual do grupo The Redskins), um redskin não se parecia com um skin: Existiam os panteras negras que usavam seus bombers laranjas com laços vermelhos… Os reds não se afirmavam como skins, mas como "caçadores de skins". Foi por volta do fim dos anos 90 que eles começaram a adotar a mesma aparência que nós.  É uma pena, acho que eles não tem nada a ver com o movimento. O que é positivo hoje em dia é que o movimento skin é mais conhecido pelas pessoas, através de reportagens, internet… A mentalidade coletiva deixa aos poucos de nos associar sistematicamente a extrema direita (e não podemos negar que, em meados dos anos 80, muitos skins eram nazistas, ou ao menos muito nacionalistas), começam a compreender que nós somos antes de tudo um movimento de moda e estilo musical, e que a politização de alguns é um epifenômeno infeliz e não sistemático.


Vontade & Luta 3) Bataille, in his work - The Erotism - writin´about violence in some parts of that book, show an difference of State´s violence (war and police´s function) and prohibited violence (streetfights, sadomasochism, etc). But, how you put the skinhead violence, using the Bataille´s concepts (sincerilly, I read only that book of this author - and I loved that work!!!!)?
Paris Violence: La violence skin est par nature marginale. Elle ne se résume pas au culte de la bagarre dans les stades où à la sortie des pubs. Cette violence-là est secondaire, et d’ailleurs assez stupide. Mais, comme je le disais, c’est toute l’esthétique du mouvement qui est violente : coupe de cheveux, tenues paramilitaires, nom des groupes, couvertures des disques… Ce n’est pas pour rien que c’est ce mouvement qui s’est approprié le film Clockwork Orange de Kubrick et a créé toute une culture autour, en reprenant son univers et en se le réappropriant. Simple exemple : le guitariste de Molodoï a longtemps joué dans PV : le lettrage de Molodoï, sur leurs pochettes, était le même que celui de l’affiche du film.



Paris Violence (Português)>>> A violência skin é por natureza marginal. Ela não se resume ao culto da briga nos estádios ou na saída dos pubs. Essa violência é secundária, e também bastante estúpida.  Mas, como eu te disse, a estética geral do movimento é violenta: o corte de cabelo, roupas paramilitares, nomes de bandas, capas de discos… Não é à toa que é este movimento que se apropriou do filme Laranja Mecânica de Kubrick e criou toda uma cultura em torno, tomando o seu universo e o reapropriando. Um simples exemplo: o guitarrista do Molodoï  há muito tempo jogou no PV: A fonte usada para escrever o nome da banda (MOLODOI) nas capas de disco é a mesma utilizada no cartaz do filme






Vontade & Luta 4) The warrior´s figure is in a lot of cultures in our world. You have a massive Mishima´s influence. Do you see a skinhead like a modern warrior? Or, if possible, you believe who the Übermensch of Nietzsche can be related with that culture?
Paris Violence: Oui et non; lorsque des skins ivres, de droite ou de gauche, se mettent à dix pour tabasser un type, on est loin du sens de l’honneur et de l’esprit chevaleresque. Mais heureusement, notre mouvement ne se résume pas à ça. Il y a en effet un culte de la force et de la droiture, du courage, et une certaine forme d’élégance vestimentaire qui séparent nettement le mouvement skin du mouvement punk. Certains punks sont des clochards, je n’ai jamais vu un skin faire la manche. (Je ne dis pas ça contre les punksen général, seulement certains, c’est un mouvement dont je suis autant issu que la oi !). il y a également un culte de la force physique, du sport, la pratique de la musculation par  de nombreux skins qui rapprocheraient sinon de Nietzsche ( le surhomme de Nietzsche a avant tout une supériorité éthique), du moins de Mishima. Mais il ne faut pas oublier que pour Mishima, la tradition japonaise du Bushidô et du Bun Bu Ryo Do implique autant la discipline du corps que l’élévation de l’âme. Le fait qu’il y ait des skins comme toi qui lisent et possèdent une bonne culture est assez nouveau et très important pour le mouvement, qui est longtemps apparu comme « bête et méchant » de façon assumée, pour reprendre le titre d’un morceau d’Evil Skins, groupe que je n’aime pas du tout, non seulement pour leurs idées politiques mais pour l’image du skin qu’il véhiculait.



Paris Violence (português) >>> Sim e Não; quando os skins bêbados, de direita ou de esquerda, se juntam em dez para bater em uma pessoa, se está longe do sentido de honra e do espirito de cavalheirismo.  Mas, felizmente, nosso movimento não se resume a isso. Há de fato um culto a força, justiça, coragem e uma certa elegância na forma de se vestir que separam o movimento skin do movimento punk. Alguns punks são vagabundos, eu jamais vi um skin mendigar. (não tenho certeza se ele quis dizer isso, mas vi no dicionário que a tradução para clochards é essa: vagabundos, pedintes… ) (Eu não digo isso contra os punks no geral, mas para apenas alguns, este é um movimento do qual eu sou procedente tanto quanto do oi!).  Existe igualmente um culto a força física, ao esporte, a prática da musculação por muitos skins que caso não se aproximem de Nietzsche ( o super-homem de Nietzsche tem antes de tudo uma superioridade ética), ao menos se aproximam de Mishima. Mas não se deve esquecer que para Mishima, a tradição japonesa do Bushidô e do Bun Bun Ryo Do envolve tanto a disciplina do corpo quanto a elevação da alma. O fato de que existem skins como você que lêem e possuem uma boa cultura é relativamente novo e muito importante para o movimento, que há muito tempo aparece como "estúpido e mal-intencionado" de modo assumido, para usar o título de uma música do Evil Skins, banda que eu não gosto, não somente por suas ideias políticas, mas pela imagem de skin que eles veiculam. 


 
Vontade & Luta 5) Please, your last words for our readers!
Paris Violence: Merci à tous les Brésiliens qui ont ouvert ou ouvrirons une oreille à Paris Violence, et merci à toi pour l’intérêt que tu portes au groupe.
Un de mes disques préférés est la compilation Brasil oi !, qui était sortie à l’époque sur un label français… brasilian-french skinhead friendship !



Paris Violence (português)>> Obrigado a todos os brasileiros que escutam ou escutarão a Paris Violence, e obrigado a você pelo seu interesse na banda. Um dos meus discos preferidos é do da compilação Brasil oi!, que saiu na época por um label francês. 


Nós do Vontade & Luta agradecemos!
A discografia do PV é bem extensa, deixamos aqui uma lista parcial de seus álbuns:
























Álbuns

Temps de crise (CD - 1998)
Mourir en Novembre (CD - 2000)
L'Age de Glace (LP - 2001)
Ni Fleurs Ni Couronnes (LP - 2001)
L'apocalypse Se Fait Attendre (CDR limité à 50ex (CD - 2001)
En attendant l'Apocalypse (CD - 2003)
Budapest 56 (CD - 2004)
Demos 1995 - 1996 (CD - 2005)
Démos 1997 - 1998 (CD - 2006)
Nous Sommes Nés Trop Tard (LP - 2007)
La Tentation du Néant (CD - 2007)
La Nostalgie du Chaos (CD - 2008)
Le Vent Divin Souffle Toujours (LP - 2008)
La Fascination de l'Abîme (CD - 2008)
La Mort En Toute Intimité (LP - 2010)
Fleurs de Névroses et d'Ether (CD - 2010)

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